segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Julgamento de Correia Lima no Caso Safanelli

Atualizada às 11h56
O policial militar aposentado de Piracuruca, Dante Magalhães, foi o quatro a depor no julgamento de Correia Lima. Ele contou que no dia do crime estava de serviço, e soube do crime Safanelli.

"Recebi um telefonema do capitão Cajueiro e fui para o posto da PRF de Piripiri, e no caminho vi um carro com um dos faróis apagados. Pedi para parar e tinha três ou quatro homens dentro, com armas, pistolas e uma escopeta", disse.
O policial disse que ligou para Cajueiro, e ele afirmou que não era para investigar, que ele o faria. Depois soube que os suspeitos tinham sido liberados e as armas devolvidas. Ele negou saber se o ex-coronel seria o mandante do crime.
Antônia Nazaré, também foi uma das testemunhas ouvidas. Ela morava na rua onde ocorreu o crime, e confirmou ter visto um carro de cor escura seguindo uma moto. A mulher disse que após ouvir os primeiros disparos, entrou para casa, e não viu mais nada.
Policial que apreendeu veículo com suspeitos e moradora da rua onde ocorreu o crime também deram depoimento
Atualizada às 11h39
A terceira testemunha a sentar para depoimento diante da juíza Maria do Socorro Ivanir, foi o policial Francisco das Chagas Araújo. Ele teria recebido um telefonema do capitão Cajueiro, de Piripiri, que teria informado sobre a apreensão da Belina azul onde estariam os suspeitos do crime contra o policial Leandro Safanelli.

Depois de complicar-se até mesmo a informar a idade, ele deu várias declarações confusas sobre o caso, e provocar até mesmo risadas da plateia pelas falas em muitos momentos, contraditórias, o promotor João Malato pediu que fosse aberto um requerimento para que ele possa responder por falso testemunha e calúnia.
"A testemunha está mentindo, de forma jocosa perante o plenário do júri. Ele diz que não assinou um depoimento, que não foi a uma delegacia. Se ele negasse as declarações em parte, mas dizer que nunca nem foi lá. Ele implica no crime de calúnia contra um delegado. Peço que o caso seja levado ao Ministério Público", disse o promotor.
O depoimento chamou atenção desde seu início quando Francisco das Chagas afirmou que nem sabia porque estava sendo ouvindo, mesmo tendo dado em 1999 um depoimento sobre o caso na sede da Comissão Investigadora do Crime Organizado. Depois falou no telefonema do capitão Cajuieiro. "No dia que aconteceu estava de plantão na Polinter em Teresina, e recebi essa ligação. Ele deu os nomes dos suspeitos e eu não reconheci nenhum pelo nome", disse.
Policial que trabalhou na Polinter se complicou várias vezes durante o depoimento
Ele primeiro disse não ter ouvido o nome dos suspeitos, mas depois disse que não os tinha reconhecido pelo nome. Em certo momento, negou ter pedido para sair da Polinter após receber ameaças de homens encapuzados, mas reconheceu que foi ameaçado e disse: "Eles me mandaram ficar calado, e eu fiquei", afirmou.
Atualizada às 11h13A segunda testemunha a depor no julgamento foi o policial militar Aroldo Pereira, que ajudou a socorrer Leandro Safanelli no dia do crime. Ele negou ter identificado qualquer ferimento na cabeça da vítima (sendo que este teria sido o disparo fatal). Negou ainda que soubesse das recentes notícias sobre ameaças direcionadas ao secretário de Segurança Robert Rios, o que provocou o comentário do promotor João Malato. "Acho que você é o único de Parnaíba a não saber disso", disse.
Policial Militar que ajudou a socorrer Safanelli foi o segundo a prestar depoimento
Policial Militar que ajudou a socorrer Safanelli foi o segundo a prestar depoimento
Atualizada às 10h52"Começei a namorar com ele no dia 27 de abril, e ele já me disse que tinha namorado a filha deste senhor Correia Lima, e que a tinha conhecido na casa do Major Mardonio, em uma festa. Foi quando ele começou a receber ligações informando que Sâmia estava grávida e que o pai dela estava sabendo, e que ele era dado de violência", disse a testemunha.
Quando foi no dia 8 de agosto de 1989, ele estava de plantão como policial civil. Segundo a testemunha, ele passou o dia dizendo que estava recebendo ameaças. Neste dia, os dois passaram de moto em frente a AABB (em Parnaíba) e Safanelli teria comentado que pessoas que estavam em um carro (Belina azul) parado em frente ao lugar haviam pessoas ligadas a Correia Lima. "Um deles desceu e disse 'a gente ainda vai se encontrar', e bateu nas costas".
"Ele estava de moto, e quando chegava próximo ao 3º DP (avenida 16 de novembro), caiu próximo ao colégio Visão Mirim, onde já tinha levado uns nove tiros. Ainda deram o tiro de misericordia", disse. Ela confirmou ainda, após perguntas do promotor João Malato Neto, que soube que Correia Lima deu um chute na barriga da filha que a fez abortar.
Testemunha deu detalhes de como teria ocorrido a morte do policial civil Leandro Safanelli
Atualizada às 10h35
A primeira testemunha a ser ouvida foi Eurilene, que namorou com Leandro Safanelli antes do crime, ocorrido em agosto de 1989. Ela contou que nos três meses e 12 dias que passaram juntos, por várias vezes recebeu de terceiros informações sobre telefonemas com ameaças de que o ex-coronel estava seguindo para Parnaíba, a fim de matar Leandro.

Testemunha pediu que Correia Lima fosse retirado do recinto
Atualizada às 10h14
Antes do início da oitiva das testemunhas, o ex-coronel foi retirado do auditório onde ocorre o júri, já que uma das pessoas ouvidas sentiu-se constrangida com a presença do acusado. Ele foi levado para uma sala reservada. Correia Lima chegou ainda a ser repreendido pela juíza ao dirigir-se a uma das pessoas na plateia. O ex-coronel informou apenas que queria água, e a juíza solicitou que em caso de algum pedido ou necessidade, se dirigisse comente a ela. 

Juíza Maria do Socorro Ivanir chegou a repreender o ex-coronel quando ele dirigiu-se a uma pessoa da plateiaJuíza Maria do Socorro Ivanir chegou a repreender o ex-coronel quando ele dirigiu-se a uma pessoa da plateia
Publicada às 8h14
O ex-coronel José Viriato Correia Lima, preso acusado de chefiar o crime organizado no Piauí desde a década de 90, chegou por volta das 6h30 da manhã desta segunda-feira (30/09), para evitar a imprensa, ao Teatro do Sesi, que está servindo como fórum para o julgamento pelo assassinato do policial civil Leandro Safanelli, em 1989.

Correia Lima teria ordenado a morte do policial porque não concordava com o namoro entre a vítima e uma de suas filhas. A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou a liminar pedida pela defesa do ex-coronel. Com o recurso, o advogado de defesa pretendia evitar que Correia Lima fosse julgado pelo Tribunal Popular do Júri. O Tribunal de Justiça, a Defensoria Pública, o Ministério Público e a Secretaria de Segurança montaram um verdadeiro aparato para o julgamento.
Correia Lima apareceu de camisa polo, aparentando tranquilidade; antes do julgamento, folheou uma bíblia antes do início do julgamentoCorreia Lima apareceu de camisa polo, aparentando tranquilidade; antes do julgamento, folheou uma bíblia antes do início do julgamento
Antes do julgamento, Correia Lima teria destituído o advogado Wendel Oliveira de sua devesa, mas minutos depois o chamou, e chamou também o advogado Leôncio Coelho, para decidir qual dos dois seria o responsável pela sua defesa, até que escolheu por Wendel Oliveira, que em entrevista chegou a afirmar que caso do coronel era "incorrigível" e que seria um ato "idiota achar que ele é um homem recuperado".
Antes do julgamento, Correia Lima reuniu-se com os dois advogados para decidir qual o representaria. Wendel Oliveira (à esquerda), acabou sendo escolhido a permanecer na defesaAntes do julgamento, Correia Lima reuniu-se com os dois advogados para decidir qual o representaria. Wendel Oliveira (à esquerda), acabou sendo escolhido a permanecer na defesa
Sete jurados compõem o juri e segundo a juíza que preside o julgamento, toda a audiência está sendo gravada em áudio e vídeo.
Julgamento ocorre no auditório do Sesi de Parnaíba e é movimentadoJulgamento ocorre no auditório do Sesi de Parnaíba e é movimentado

Movimentação em frente ao local do julgamento é grandeMovimentação em frente ao local do julgamento é grande

Segurança reforçada até mesmo nas salas onde as testemunhas se concetravamSegurança reforçada até mesmo nas salas onde as testemunhas se concetravam
PARA ENTENDER O CASO
Correia Lima é acusado de ser o mandante do assassinato do policial civil Leandro Safanelli, em 8 de agosto de 1989. Para garantir o Júri, o Tribunal de Justiça designou através da Corregedoria dois juízes que vão auxiliar o juiz presidente do Júri. A Defensoria Pública nomeou três Defensores Públicos para suprir a falta de advogado, caso isso ocorra, o Ministério Público conta um promotor auxiliar, para alguma intercorrência com o titular da Ação e a secretaria de Segurança, juntamente com a Policia Militar colocaram a disposição da Justiça 50 homens entre Policiais Civis, Militares e Agentes do Trânsito para garantira a segurança não apenas das autoridades que vão trabalhar, mas, também, do próprio réu e das pessoas que comparecerão ao local.
Segundo informa o Delegado de Homicídios, Francisco Costa, o Bareta, “todas as providências necessárias para garantir a realização desse júri foram tomadas”. As ruas adjacentes ao Fórum já estão interditadas. As pessoas que desejarem assistir a sessão devem pegar uma senha com antecedência por que são poucos lugares. O policial civil Leandro Safanelli, natural de Santa Catarina, trabalhava como Agente de Policia em Parnaíba e começou um namoro com a filha do então capitão Correia Lima, na época Comandante da PM na região Norte do Estado.O pai da moça não aceitou, mesmo assim, o romance continuou. Safanelli acabou sendo morto. O inquérito foi presidido pelo Delegado Bareta. Ele descreve a morte de Safanelli com o uma cena cinematográfica. Afirma Bareta que, Safanelli saíu de casa para o trabalho e notou que estava sendo seguido. Tentou desvencilhar-se. Começou então, um “pega” pelo centro da cidade, até que, num cruzamento, o sinal luminoso fechou no vermelho. Safanelli parou e foi abatido com uma saraivada de balas, tendo morte no local
AGUARDE MAIS INFORMAÇÕES E FOTOS EM INSTANTES
Repórter: Apoliana Oliveira - Direto de Parnaíba
Publicado Por: Lídia Brito

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