Julgamento de Correia Lima no Caso Safanelli
Atualizada às 11h56
O policial militar aposentado de Piracuruca, Dante Magalhães, foi o
quatro a depor no julgamento de Correia Lima. Ele contou que no dia do
crime estava de serviço, e soube do crime Safanelli.
"Recebi um telefonema do capitão Cajueiro e fui para o posto da PRF de
Piripiri, e no caminho vi um carro com um dos faróis apagados. Pedi para
parar e tinha três ou quatro homens dentro, com armas, pistolas e uma
escopeta", disse.
O policial disse que ligou para Cajueiro, e ele afirmou que não era para
investigar, que ele o faria. Depois soube que os suspeitos tinham sido
liberados e as armas devolvidas. Ele negou saber se o ex-coronel seria o
mandante do crime.
Antônia Nazaré, também foi uma das testemunhas ouvidas. Ela morava na
rua onde ocorreu o crime, e confirmou ter visto um carro de cor escura
seguindo uma moto. A mulher disse que após ouvir os primeiros disparos,
entrou para casa, e não viu mais nada.
Atualizada às 11h39
A terceira testemunha a sentar para depoimento diante da juíza Maria do
Socorro Ivanir, foi o policial Francisco das Chagas Araújo. Ele teria
recebido um telefonema do capitão Cajueiro, de Piripiri, que teria
informado sobre a apreensão da Belina azul onde estariam os suspeitos do
crime contra o policial Leandro Safanelli.
Depois de complicar-se até mesmo a informar a idade, ele deu várias
declarações confusas sobre o caso, e provocar até mesmo risadas da
plateia pelas falas em muitos momentos, contraditórias, o promotor João
Malato pediu que fosse aberto um requerimento para que ele possa
responder por falso testemunha e calúnia.
"A testemunha está mentindo, de forma jocosa perante o plenário do júri.
Ele diz que não assinou um depoimento, que não foi a uma delegacia. Se
ele negasse as declarações em parte, mas dizer que nunca nem foi lá. Ele
implica no crime de calúnia contra um delegado. Peço que o caso seja
levado ao Ministério Público", disse o promotor.
O depoimento chamou atenção desde seu início quando Francisco das Chagas
afirmou que nem sabia porque estava sendo ouvindo, mesmo tendo dado em
1999 um depoimento sobre o caso na sede da Comissão Investigadora do
Crime Organizado. Depois falou no telefonema do capitão Cajuieiro. "No
dia que aconteceu estava de plantão na Polinter em Teresina, e recebi
essa ligação. Ele deu os nomes dos suspeitos e eu não reconheci nenhum
pelo nome", disse.
Ele primeiro disse não ter ouvido o nome dos suspeitos, mas depois disse
que não os tinha reconhecido pelo nome. Em certo momento, negou ter
pedido para sair da Polinter após receber ameaças de homens encapuzados,
mas reconheceu que foi ameaçado e disse: "Eles me mandaram ficar
calado, e eu fiquei", afirmou.
Atualizada às 11h13A
segunda testemunha a depor no julgamento foi o policial militar Aroldo
Pereira, que ajudou a socorrer Leandro Safanelli no dia do crime. Ele
negou ter identificado qualquer ferimento na cabeça da vítima (sendo que
este teria sido o disparo fatal). Negou ainda que soubesse das recentes
notícias sobre ameaças direcionadas ao secretário de Segurança Robert
Rios, o que provocou o comentário do promotor João Malato. "Acho que
você é o único de Parnaíba a não saber disso", disse.
Policial Militar que ajudou a socorrer Safanelli foi o segundo a prestar depoimento |
Atualizada às 10h52"Começei
a namorar com ele no dia 27 de abril, e ele já me disse que tinha
namorado a filha deste senhor Correia Lima, e que a tinha conhecido na
casa do Major Mardonio, em uma festa. Foi quando ele começou a receber
ligações informando que Sâmia estava grávida e que o pai dela estava
sabendo, e que ele era dado de violência", disse a testemunha.
Quando foi no dia 8 de agosto de 1989, ele estava de plantão como
policial civil. Segundo a testemunha, ele passou o dia dizendo que
estava recebendo ameaças. Neste dia, os dois passaram de moto em frente a
AABB (em Parnaíba) e Safanelli teria comentado que pessoas que estavam
em um carro (Belina azul) parado em frente ao lugar haviam pessoas
ligadas a Correia Lima. "Um deles desceu e disse 'a gente ainda vai se
encontrar', e bateu nas costas".
"Ele estava de moto, e quando chegava próximo ao 3º DP (avenida 16 de
novembro), caiu próximo ao colégio Visão Mirim, onde já tinha levado uns
nove tiros. Ainda deram o tiro de misericordia", disse. Ela confirmou
ainda, após perguntas do promotor João Malato Neto, que soube que
Correia Lima deu um chute na barriga da filha que a fez abortar.
Atualizada às 10h35
A
primeira testemunha a ser ouvida foi Eurilene, que namorou com Leandro
Safanelli antes do crime, ocorrido em agosto de 1989. Ela contou que nos
três meses e 12 dias que passaram juntos, por várias vezes recebeu de
terceiros informações sobre telefonemas com ameaças de que o ex-coronel
estava seguindo para Parnaíba, a fim de matar Leandro.
Atualizada às 10h14
Antes
do início da oitiva das testemunhas, o ex-coronel foi retirado do
auditório onde ocorre o júri, já que uma das pessoas ouvidas sentiu-se
constrangida com a presença do acusado. Ele foi levado para uma sala
reservada. Correia Lima chegou ainda a ser repreendido pela juíza ao
dirigir-se a uma das pessoas na plateia. O ex-coronel informou apenas
que queria água, e a juíza solicitou que em caso de algum pedido ou
necessidade, se dirigisse comente a ela.
Juíza Maria do Socorro Ivanir chegou a repreender o ex-coronel quando ele dirigiu-se a uma pessoa da plateia
Publicada às 8h14
O
ex-coronel José Viriato Correia Lima, preso acusado de chefiar o crime
organizado no Piauí desde a década de 90, chegou por volta das 6h30 da
manhã desta segunda-feira (30/09), para evitar a imprensa, ao Teatro do
Sesi, que está servindo como fórum para o julgamento pelo assassinato
do policial civil Leandro Safanelli, em 1989.
Correia Lima teria ordenado a morte do policial porque não concordava
com o namoro entre a vítima e uma de suas filhas. A ministra Cármen
Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou a liminar pedida pela
defesa do ex-coronel. Com o recurso, o advogado de defesa pretendia
evitar que Correia Lima fosse julgado pelo Tribunal Popular do Júri. O
Tribunal de Justiça, a Defensoria Pública, o Ministério Público e a
Secretaria de Segurança montaram um verdadeiro aparato para o
julgamento.
Correia
Lima apareceu de camisa polo, aparentando tranquilidade; antes do
julgamento, folheou uma bíblia antes do início do julgamento
Antes do julgamento, Correia Lima teria destituído o advogado Wendel
Oliveira de sua devesa, mas minutos depois o chamou, e chamou também o
advogado Leôncio Coelho, para decidir qual dos dois seria o responsável
pela sua defesa, até que escolheu por Wendel Oliveira, que em entrevista
chegou a afirmar que caso do coronel era "incorrigível" e que seria um
ato "idiota achar que ele é um homem recuperado".
Antes
do julgamento, Correia Lima reuniu-se com os dois advogados para
decidir qual o representaria. Wendel Oliveira (à esquerda), acabou sendo
escolhido a permanecer na defesa
Sete jurados compõem o juri e segundo a juíza que preside o julgamento, toda a audiência está sendo gravada em áudio e vídeo.
Julgamento ocorre no auditório do Sesi de Parnaíba e é movimentado
Movimentação em frente ao local do julgamento é grande
Segurança reforçada até mesmo nas salas onde as testemunhas se concetravam
Movimentação em frente ao local do julgamento é grande
Segurança reforçada até mesmo nas salas onde as testemunhas se concetravam
PARA ENTENDER O CASO
Correia Lima é acusado de ser o mandante do assassinato do policial civil Leandro Safanelli, em 8 de agosto de 1989. Para garantir o Júri, o Tribunal de Justiça designou através da Corregedoria dois juízes que vão auxiliar o juiz presidente do Júri. A Defensoria Pública nomeou três Defensores Públicos para suprir a falta de advogado, caso isso ocorra, o Ministério Público conta um promotor auxiliar, para alguma intercorrência com o titular da Ação e a secretaria de Segurança, juntamente com a Policia Militar colocaram a disposição da Justiça 50 homens entre Policiais Civis, Militares e Agentes do Trânsito para garantira a segurança não apenas das autoridades que vão trabalhar, mas, também, do próprio réu e das pessoas que comparecerão ao local.
Correia Lima é acusado de ser o mandante do assassinato do policial civil Leandro Safanelli, em 8 de agosto de 1989. Para garantir o Júri, o Tribunal de Justiça designou através da Corregedoria dois juízes que vão auxiliar o juiz presidente do Júri. A Defensoria Pública nomeou três Defensores Públicos para suprir a falta de advogado, caso isso ocorra, o Ministério Público conta um promotor auxiliar, para alguma intercorrência com o titular da Ação e a secretaria de Segurança, juntamente com a Policia Militar colocaram a disposição da Justiça 50 homens entre Policiais Civis, Militares e Agentes do Trânsito para garantira a segurança não apenas das autoridades que vão trabalhar, mas, também, do próprio réu e das pessoas que comparecerão ao local.
Segundo informa o Delegado de Homicídios, Francisco Costa, o Bareta,
“todas as providências necessárias para garantir a realização desse júri
foram tomadas”. As ruas adjacentes ao Fórum já estão interditadas. As
pessoas que desejarem assistir a sessão devem pegar uma senha com
antecedência por que são poucos lugares. O policial civil Leandro
Safanelli, natural de Santa Catarina, trabalhava como Agente de Policia
em Parnaíba e começou um namoro com a filha do então capitão Correia
Lima, na época Comandante da PM na região Norte do Estado.O pai da moça
não aceitou, mesmo assim, o romance continuou. Safanelli acabou sendo
morto. O inquérito foi presidido pelo Delegado Bareta. Ele descreve a
morte de Safanelli com o uma cena cinematográfica. Afirma Bareta que,
Safanelli saíu de casa para o trabalho e notou que estava sendo seguido.
Tentou desvencilhar-se. Começou então, um “pega” pelo centro da cidade,
até que, num cruzamento, o sinal luminoso fechou no vermelho. Safanelli
parou e foi abatido com uma saraivada de balas, tendo morte no local
AGUARDE MAIS INFORMAÇÕES E FOTOS EM INSTANTES
Repórter: Apoliana Oliveira - Direto de Parnaíba
Publicado Por: Lídia Brito
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