OPERAÇÃO: Bacharel em Direito é mentor de golpes contra o INSS e DPVat. Veja como agia a quadrilha no Piauí.
A superintendência da
Polícia Federal confirmou, em entrevista coletiva na tarde de hoje (04),
a prisão de três pessoas acusadas de envolvimento com fraudes no seguro
DPVat e ao INSS. L.U.G.P, F.M.S e M.N.M.S foram levados à sede da PF,
prestaram depoimento e serão encaminhados à regional de Parnaíba e
ficarão presos na Penitenciária Mista de Parnaíba.
São um homem e duas mulheres. Ele é bacharel em Direito e uma das mulheres é enfermeira. Os três pertencem a mesma família.
Cida Cardoso/Cidadeverde.com
Entre
o material apreendido, a polícia encontrou, na casa do bacharel,
diversos bilhetes da Mega-Sena. Segundo o delegado, a loteria era uma
tentativa de lavar o dinheiro ganho com os golpes. "Tudo era feito de
maneira sutil. Eles não sustentavam um alto padrão de vida para não
levantar suspeitas. Dentro da casa encontramos muitos bilhetes da
Mega-Sena. Era assim que ele tentava tornar o dinheiro lícito", comentou
o delegado.
Os
acusados foram presos dentro de uma casa na zona leste de Teresina no
início da manhã. Dentro da residência, foram encontrados documentos
referentes a benefícios. Segundo o delegado, foram contabilizados mais
de 100 benefícios fraudados.
Evelin Santos/Cidadeverde.com
Além
disso, a polícia encontrou cópias de documentos, cartões magnéticos,
cédulas de identidade em branco e carimbos com a assinatura do diretor
do Instituto de Identificação.
Ao todo, eram três sacolas com carimbos de cartórios e paróquias.
Como funcionava o golpe
Segundo o delegado, os acusados pegavam documentos de pessoas mortas, "faziam com que elas renascessem" e forjavam casamentos.
"A
quadrilha pegava documentos muitas vezes de pessoas mortas, faziam essa
pessoa renascer, criavam vínculos empregatícios com empresas e casavam
essas pessoas com parentes, pessoas próximas e logo após forjavam um
acidente para que pudessem dar entrada na pensão por morte", explica o
delegado.
Ainda segundo ele, os acusados aliciavam pessoas humildes, que não sabiam que seus documentos poderiam dar direito a benefício.
Entre
o material apreendido, a polícia encontrou um papel que descrevia uma
história que a vítima deveria contar diante do funcionário do INSS. No
papel continha ainda perguntas que poderiam ser feitas à vítima em
entrevista no instituto de seguridade.
A
polícia investigará, por conta da apreensão das cédulas de identidade
em branco, se há participação de algum funcionário do Instituto de
Identificação na fraude.
O
delegado classificou o bacharel em Direito como "muito inteligente" e
relatou que, pelas provas encontradas, tudo indica que eles trabalhavam
sozinhos.
A quadrilha atuava em Teresina, Parnaíba e Buriti dos Lopes. Mas a polícia acredita e investigará se há atuação no Ceará.
Os
acusados serão indiciados por fraude ao INSS, falsificação de
documentos, falsidade ideológica, formação de quadrilha e estelionato.
A
Polícia Federal não tem ideia de quanto seria o prejuízo do INSS com os
golpes. Os valores dos benefícios dependiam da proximidade da pessoa
com ele. Para os parentes mais próximos, o valor chegava a R$ 3 mil,
teto pago pelo instituto de seguridade. Os valores menores variavam em
torno de R$ 724, o salário mínimo. O bacharel recebia uma porcentagem em
cima de cada caso.
Com esse dinheiro, o bacharel comprou imóveis de pequeno porte em Teresina. O veículo que ele usa é uma Hilux.
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Flash de Cida Cardoso (Especial para o Cidadeverde.com)
Redação de Leilane Nunes
redacao@cidadeverde.com
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